Farrapos Humanos: reportagem

Mutatis apresenta os verdadeiros farrapos humanos da Faixa de Ganza ali nas imediações do Quebra Bilhas. Tal foi a procura de uma foto que ilustrasse a realidade farrapal dos que vivem do negócio das carnes e das doses de farinha branca de neve, que Mutatis viu-se obrigado a ler o Tal e Qual (obrigaram-me mesmo) para recortar um belíssimo exemplar.



O senhor do meio, de seu nome Adérito Venâncio, tem dedicado o seu cérebro à feitura de uma armadilha letal para caracóis, armadilha essa de cor acre e cheiro azul bebé. Mentira. Cheira a cerveja. Mutatis, rodado na viragem de tiras de entrecosto, explica: Adérito Venâncio confessou, em entrevista, que depois de aquecer o caldo saca uma fatia de papel e um naco de lápis e esboça o plano que o há-de tirar da miséria. “Proteje o vergel da hedionda lesma e leproso caracol, sabe”.

Iludido com o seu plano, Venâncio esboça um peido e prossegue: “Este recipiente (apontando para uma garrafa de SuperBreloque) com a forma de um colorido girassol deve encher-se de cerveja, cujo odor atrai esses animais que entram pela abertura do recipiente e aí ficam encarcerados ad aeternum, letargicamente entorpecidos pela cerveja.” Confiante do plano milionário Venâncio insiste que o seu aparelho “deixa intactas as suas plantas” e que teria sido extremamente útil no horto de Getsémani, para atrair “os parasitas e sanguessugas”.

A invenção de Venâncio, um aparelho movido a cerveja e que atrai caracóis (ele insiste que o bicho sente atraído pelo líquido) irá revolucionar o mundo que deixará de ser como é. O girassol apanha caracóis do Venâncio é a roda do século XXI. Planeia pô-lo à venda no mercado principal e na feira semanal. Os interessados deverão contactá-lo pelo telefone 269666666 (4€ p/ minuto).






A gerência do blogue não se responsabiliza por adaptações da invenção do Venâncio.
Nenhum girassol foi maltratado durante esta entrevista.