Astenia

segunda-feira, julho 31, 2006

De volta à urbanidade

Recordo-me da estupidez. Ontem, ou melhor, hoje de madrugada, para quem ouve o Pessoal e Transmissível, na TSF, certamente terá reparado que a besta entrevistadora afirmou “nós não dizemos isso”. O “isso” refere-se à palavra “crase”, quando o entrevistado, um matemático de terras de Vera Cruz, dizia que é bem mais fácil dizer que não gostamos de matemática do que admitir que não sabemos falar a nossa língua e, a propósito disso, salientou que muitos de nós não sabem identificar os casos em que o “a” é “craseado”. Ora, para bom entendedor meia palavra basta; é uma palavra inteira, com caroço e tudo. Se não sabia o que era a crase, muito menos, o que será o bicho do “a” “craseado”. Pois é, por cá, não dizemos isso…
Eu que gosto tanto das tuas entrevistas, pá. Logo eu. Podias ter sido mais modesto. “Craseado”? Não conheço, pode explicar? Crase? Não sei se usamos isso. Crase??? Não “nós cá não usamos disso”…

Voltando à vaca fria, chamando Mutatis ao poleiro, o prometido é divino, perdão, devido. Chegou a hora de pagar. Concentremo-nos, então, na compra da cabeça de gado. O pedido de casamento, dá o tiro de partida para o noivado, literalmente, se tivermos em conta os nossos manos ciganos. Este antigo costume, o de que o noivado se inicia com a tourada do pedido de casamento, provém do tempo em que a morgada só podia casar-se com o consentimento do(s) pai(s), nessa altura quase sempre feito por emissário. Ora o emissário, era o empresário futebolístico da foda, qual angariador de carne a soldo. Manhoso, o patriarca inteirava-se da situação financeira do futuro genro e informava-se das suas qualidades morais, procurando, desta forma, assegurar o seu futuro, perdão, o futuro da filha.


Hoje, com o advento dos iogurtes e da fita métrica metálica desenrolável, o noivo dirigir-se-á a casa da noiva para a primeira berlaitada da época, minto, para manifestar ao pai desta o desejo de se casar com ela. Recomenda-se uma entrada discreta na coutada do patriarca. Aí vai o protocolo para os noivos:


- Elevai graciosamente o dedo indicador como se fôsseis recolher uma mina de vosso apêndice nasal. Desta vez, não devereis proceder à penetração digital de vossa narina, tereis de cuidar sim de tocar à campainha.


- O toque deverá tocado em allegro maestoso ou allegro vivace, nunca em fuga. Guardai a fuga para quando fordes lapidados.


- No caso, raro, da toca do patriarca não se encontrar munida de uma campainha, tereis de vos colocar, de imediato, em alerta. Aguardai um rústico de faces violáceas e estranhamente escanhoado. Gritai, sem contudo deitardes os bofes cá para fora, o nome de vossa gentil noiva. Garanti que vosso canto não se assemelha a um eco de um eunuco.


- Se, em vez de vossa futura esposa se vos aparecer vossa tenra sogra, insuflai vosso peito de ar e imitai o grito da raposa. Ela cuidará de vos abrir a porta.


- Ao entrar, guardai a flatulência para a usardes durante o jantar. É considerado “mau tom” uma bufa rouca e acanhada, ao mesmo tempo que espetais um chocho nas faces de vossa sogra. Por outro lado, ao verdes vosso sogro, devereis contrair vossas entranhas e executar vosso melhor peido, de vossa melhor colheita; recomenda-se um bom exemplar, no mínimo de 3 anos de idade, amadurecido em cascos de peidalho. Se o quiserdes surpreender, formai uma concha com vossa mão e levai-a até à entrada do ânus. Vosso dedo médio deverá encostar-se ao freio, enquanto que a palma da mão, gemtilmente, deverá aconchegar as nalgas. Puxai com força e vereis o sorriso na face de vosso sogro. Se não pelo estridente malandro, pelo molho derramado em combate. Importante: a mão usada para formar a concha deverá ser a mesma com que cuidareis de cumprimentar vosso sogro, num sólido aperto de mão. Não devereis recusar qualquer noitada com putas por ele oferecida.


- Ao jantar: falai da época venatória, com vosso sogro, da técnica do ponto-cruz, com vossa sogra. Tirai a mão de pito alheio. Não introduzireis a língua na sopa. Não comereis vossa sogra depois da refeição. Podeis apanhar uma entorse no estômago. Saudai a refeição, por fim, ao eructardes uma brisa de alho revestida de pus proveniente de um abcesso dentário. Ah e, já agora, evitai acompanhar vosso sogro à porta vituperando-o ao mesmo tempo que bradais: “tens um amante gay norueguês chamado Tore André Flo Noruegensen” (Copyright Jacaré)

Neste “jantar do pedido” o noivo formaliza a aquisição da cria para mais uma temporada fodística, ou seja, o noivo formaliza a sua promessa de casamento oferecendo à noiva o pincel de noivado que é, tradicionalmente, um caralho de boa ganadaria, que a noiva usará intermitentemente nas partes podengas. Podereis, também, tentar que vossa noiva beije o pincel, porém não deveis insistir se o débito de saliva ultrapassar os 3l/hora. Perguntai se vossa noiva foi operada às amígdalas. Caso se confirme a sua ablação, não devereis mostrar qualquer piedade. No mínimo, podereis oferecer-lhe educadamente um guardanapo de pano que deverá ser posicionado no regaço da fêmea.

Se seguirdes estes passos, devereis ler, a seguir o capitulo “rompimento do hímen”, perdão “rompimento do noivado”.

Tenho dito.

Mas fica para a próxima que o nível está a resvalar para o ordinário.

2 Comments:

  • no seguimento da "crase", explicai vós, ilustre Mutatis, que merda é essa do "gemtilmente".

    estes textos merecem ser compilados e editados pela Planeta Agostini Oliveira!

    tá muito bom!:)

    By Blogger rui jacaré, at 03 agosto, 2006 20:35  

  • Antes de mandardes o primeiro calhau, procurai em vossos papiros a pérola "preocuparia-me" he he he

    Citando a vetusta carcaça: "Foi de propósito" he

    Já dizia a Dona Angelina, professora que puxara as orelhas de mutatis na já ida quarta classe: "antes de -p- ou -b- escreva -m-" Tenho dito

    Espero que vosso hamster se encontre bem de saúde.

    Haste...Jacaré HAste!!!

    Isto vai ser editado pelo Planeta Agostinho Rico Vinho.

    By Anonymous Anónimo, at 06 agosto, 2006 17:15  

Enviar um comentário

<< Home